O Cinismo da Reciclagem

Confesso que falta incentivo para fazer uma nova postagem. Assim, eu aproveitei essa resenha que fiz para um trabalho da escola. A resenha é sobre um artigo chamado "O Cinismo da Reciclagem", que vocês podem obter nesse endereço:





RESENHA:


O Artigo “O cinismo da reciclagem: O significado ideológico da reciclagem da lata de alumínio e suas implicações para a educação ambiental” foi escrito pelo biólogo e mestre em Ecologia Social, Philippe Layargues no ano de 2002. O artigo nos apresenta uma profunda reflexão sobre a verdadeira intenção da política de educação ambiental adotada, a partir da pedagogia dos três R’s (Reduzir, Reutilizar, Reciclar), contrastando com o quadro político, social e econômico da sociedade atual.



A idéia dos três R’s serve de modelo para ações eficazes ao combate do excesso de lixo e consequentemente a preservação do meio ambiente. Esse nome é devido aos três lemas “reduzir”, “reutilizar” e “reciclar”, possuindo grande eficácia pedagógica. A ideologia é que podemos reduzir a síntese de lixo consumindo menos e melhor, podemos reutilizar diferentes produtos antes de descartar e podemos reciclar o lixo, retornando-o ao ciclo de produção.
O autor divide a ideologia dos três R’s em dois discursos ecológicos diferentes. Para ele, o mais representativo, utilizado e ensinado tanto nas escolas como em programas de conscientização é o discurso ecológico oficial. Nessa vertente, observa-se a defesa que o problema principal é o consumo insustentável, onde a sociedade atual desperdiça muito. Logo, a solução encontrada é a priorização da reciclagem. Isso acontece, pois o ciclo de produção continua ativo, sustentado nos produtos que foram reciclados.



O outro discurso é chamado de discurso ecológico alternativo. Nele, é visível uma dura crítica a cultura da sociedade capitalista, que consome desenfreadamente, colocando-a como problema principal a ser combatido. Esse consumo em larga escala é sustentado pelos interesses das grandes empresas, que visam o lucro. Os artifícios para manter o consumo são a venda de produtos com pouco tempo de vida útil, obrigando o consumidor a comprar o mesmo produto novamente, e a propaganda em massa de “inovações tecnológicas”, que tornam os produtos comprados constantemente ultrapassados, levando assim a necessidade de comprá-lo novamente. Logo, o discurso prioriza a redução e a reutilização, mas para isso seria necessária uma mudança comportamental da população, segundo o autor.



Layargues evidencia que o discurso ecológico alternativo não é adotado oficialmente, pois é totalmente subversivo e radical, tocando nos maiores interesses do sistema capitalista. Ele meche onde mais dói: O bolso. Por isso o discurso ecológico oficial é o mais presente em escolas e programas de conscientização. Ele apresenta um caráter comportamental e não reflexivo como o discurso alternativo, tornando a pedagogia dos três R’s em pedagogia de reciclagem. Ele aliena a população, proporcionando uma sensação de segurança ao desviar as criticas ao consumismo. Ao menos o autor concorda que ela pode ser vista como um pequeno avanço do pensamento ecológico.



É tomada como exemplo nesse artigo, a campanha de reciclagem de alumínio. A partir daí o autor tece uma harmoniosa teia desmitificando os argumentos clássicos de ordem econômica, social, política e cultural dessa pedagogia de reciclagem. O autor apresenta os diversos mecanismos e a hipocrisia do discurso “O espetacular índice brasileiro de reciclagem de alumínio, por volta de 73 %, está em primeiro lugar no mundo”.



Pelo argumento de valor ambiental, tem-se a diminuição de lixo em aterros, energia e matéria-prima (no caso a bauxita). Layargues coloca em pauta o inexpressivo valor que possui essa alta reciclagem do alumínio, que resulta na subtração de apenas 1% do lixo produzido no país e 0, 0179% de bauxita. Enquanto isso, outros minérios que possuem muito pouco tempo de vida e deveriam receber mais atenção, são deixados de lado.



Layargues ainda coloca em questão o Projeto Escola, onde seriam trocados latas de alumínio por equipamentos como computadores e bebedouros. Para ele, tem-se assim um agravamento de um problema social, pois tanto o projeto como a idéia da reciclagem ser uma função ecológica de casa cidadão, proporcionam uma maior desigualdade, levando os catadores a perderem o alumínio e o emprego.



A reciclagem do alumínio leva a uma grande redução de custos, com a subtração de energia utilizada, por exemplo, até o seu enorme preço de comercialização. Soma-se à atividade dos catadores e renumeração mínima – ou pela substituição desse núcleo por campanhas de incentivo a reciclagem – tem-se uma maximização do lucro as empresas. Logo, é por esse motivo que se tem a corrida pelo alumínio mais intensa do que outros materiais que deveriam receber real atenção.



Layargues coloca que a atual política de reciclagem não passa de um mecanismo de expansão capitalista e não possui um engajamento com os problemas ambientais. Isso acontece, pois a iniciativa é tomada por empresas interessadas no lucro. A questão deve ser tratada por medidas técnicas e políticas públicas, para impedir que essa exploração do trabalho pelo capital continue, e os R’s a se priorizar são o reduzir e reutilizar. O autor mantém a crítica ao sistema de ensino, que desvirtua a formação de cidadãos reflexivos, servindo como meio de dominação, fortalecendo a ciranda da sociedade consumista, logo o mecanismo deveria voltar ao seu eixo.



O artigo apresenta boas argumentações e o autor se mantém firme em suas criticas. A idéia de que a redução e a reutilização são mais importantes é válida. No entanto para que isso ocorra é muito mais complicado do que a solução simplista proposta por Layargues, onde se tem maior participação de políticas públicas e técnicas. Como o próprio autor fala, o problema remete a uma questão cultural da sociedade. Por isso, é utópico dizer que basta o governo tomar frente à questão no lugar das empresas, pois o próprio governo possui interesses com a vitória das empresas. Ir contra os interesses das empresas é cortar uma relação de mutualismo, onde as mesmas retirariam seu capital, prejudicando assim a ideologia desenvolvimentista das grandes nações, como o Brasil.



Logo, para essa questão ser resolvida é necessário muito mais do que políticas públicas, mas sim uma completa revolução de todas as esferas da sociedade. Não necessariamente uma migração para uma postura socialista ou anarquista, mas sim uma postura consciente e diferente da atual. A educação é o realmente a via onde se tem essa revolução de forma doce e sutil, porém é necessário muito trabalho e mudança de costumes, pois uma reeducação da nação requer no mínimo 20 anos¹.




¹. Informação baseada nas entrevistas do Senador Cristovam Buarque durante a corrida presidencial de 2006.
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Resposta ao (realmente) "Idiota Diário"

Bom, uma pobre criatura tentou provar que o Michael Jackson foi gênio, contrariando a minha postagem sobre o mesmo. Vocês podem ver no endereço abaixo, onde ele diz claramente que foi uma resposta para o meu post.

Então vamos lá. Vou lhe mostrar quem realmente foi gênio!



ELVIS PRESLEY
O verdadeiro "Rei do Pop". Para se ter idéia, a imagem de Presley está viva até hoje. Sendo que o mesmo fez sucesso com suas músicas na década de 50 (!). Mas isso não é muito relevante, perto do que irei dizer. Vamos analisar primeiro o famoso aforismo popularizado por Chacrinha:
" Nada se cria, tudo se copia."
Sim, nosso inesquecível apresentador estava certo. No entanto, essa frase apenas se aplica a pessoas normais. O que diferencia um gênio de um normal é que o gênio cria!
Vocês devem estar pensando "o que esse cara quer provar com isso?". Irei mostrar a vocês que o Elvis criou um estilo. Logo, ele é gênio.
Elvis simplesmente criou o conceito de "oportunismo musical". Sim, o poder de marketing musical não seria o mesmo sem Elvis Presley. Ele era bonito, branco ( Não estou sendo preconceituoso, basta analisar a época. O racismo era forte nos EUA. As boas músicas de rock eram feitas por negros como Chuck Berry, no entanto Elvis surgiu como alternativa. Simplesmente um oportunismo genial! ), dançava com um balanço surpreendente, fazia filmes, seu penteado é uma marca... Enfim, Michael Jackson nunca conseguiria fazer sucesso, a partir do momento que seu sucesso foi a base de um conceito de marketing ou "oportunismo musical" criado por Elvis Presley!
Isso é claro, apenas o básico sobre o verdadeiro "maior artista de todos os tempos".
Eu pretendia falar sobre os Beatles também. Mas acredito que o exemplo maior ( leia-se Elvis Presley) serviu para você aprender a diferenciar um gênio de um cantor muito bom.
Abraços!
"...Love me tender, love me true,
All my dreams fulfill.
For my darlin' I love you,
And I always will..."
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Manhattan Connection


Os famosos formatos de mesa-redonda são consagrados, principalmente no meio esportivo. No entanto, este programa que encontra-se no ar há quase 16 anos - o que lhe coroa como o "programa mais antigo da tv por assinatura brasileira" - , tem seu charme especial. Manhattan Connection busca debater assuntos como política, economia e diversos no Brasil, EUA e no mundo.

Liderado pelo repórter Lucas Mendes desde a estréia, a formação original contava ainda com Nelson Motta, Paulo Francis, Caio Blinder e Lúcia Guimarães. Francis e Blinder protagonizavam dicussões históricas durante o programa.

Formação original do Manhattan Connection, com Paulo Francis, Nelson Motta, Lucas Mendes e Caio Blinder, respectivamente.

Com a Morte de Francis em 1997, seu lugar foi ocupado por convidados até ficar definitivamente com o jornalista e cineasta - é importante avisar que está gravando mais um filme esse ano, após duas décadas parado - Arnaldo Jabor. Assim como seu antecessor, Jabor sempre acabava discutindo acalorosamente com Blinder.
Nelson Motta abandonou o barco em 2001. Após várias participações especiais, o economista Ricardo Amorim tornou-se fixo no programa. Arnaldo Jabor saiu em 2003, com Diogo Mainardi tomando sua cadeira.
O programa não conseguiu manter o nível após perder vários apresentadores. É fato que Paulo Francis faz muito falta. No entanto, ainda podemos observar bons debates. Ricardo Amorim apresenta argumentos lúcidos, enquanto Maindardi e Blinder constumam se contradizer, por defenderem cegamente suas ideologias. Infelizmente, Lucas Mendes parece sonolento e desanimado, mas ainda consegue organizar os debates.
Ainda temos os quadros do modelo Pedro Andrade, que apresenta a cidade de Nova Iorque para os espectadores.
Manhattan Connection é indispensável para as noites de domingo. Fica a dica para todos!
Canal: GNT (canal por assinatura)
Horários: domingos às 23h00min, com reprises às segundas-feiras às 04h30min, 10h00min, 14h00min e 22h30min.
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Vida e Morte Michael Jackson


Michael Jackson conseguiu em seus últimos segundos de vida retormar seu lugar nos jornais. É indiscutivel que esse fenômeno pop conseguiu parar o mundo de maneira espantosa. Mas o que nos leva coroá-lo como o "Rei do Pop" ou títulos ainda mais absurdos como "o maior cantor de todos os tempos", após seu óbito?
Os fatos que sucederam a morte do cantor não são surpreendentes. Essa nova febre - que chutou a do porco para escanteio - é passageira. A nova geração não perdeu tempo e baixou as mp3 do cantor. De certa forma, é uma boa oportunidade para essas crianças conhecerem o outro lado de Michael, além de sua imagem banalizada como "monstro pedófilo".
Mas até que ponto essa história de "Rei do Pop" é verdade?
No programa Manhattan Connection deste domingo (28/06), o convidado Arthur Dapieve, colunista do O Globo, colocou em questão a mania que temos de "endeusar" os mortos. "Temos que parar com a benevolência" dizia Dapieve. Em meio as manifestações de amor ao cantor, um pouco de racionalidade fez muito bem.
Então vamos desmistificar o cantor Michael Jackson. Primeiro vamos nos seus trunfos.
I - Videoclipes: O que seria Michael Jackson sem seus videoclipes? O crédito para o cantor fica por conta de saber aproveitar a nova era. A carreira solo de Michael foi impulsionada pela MTV, pois estava começando a atrair multidões. Foi um momento oportuno. A tendência estava lançada, e Michael Jackson foi apenas mais um que soube utilizar - muito bem, admito - a ferramenta para vender. No entando, nem o conceito de videoclipes ele criou. Eles remetem a Elvis Presley e Gene Kelly, mas foram os Beatles que gravavam e divulgavam seus shows no formato. A fama de Michael Jackson ligada aos videoclipes é por seu oportunismo marketeiro. Mas ele os soube fazer... e bem!
II - Dança: Sim! Michael Jackson foi um dos maiores dançarinos. Suas coreografias eram fantásticas, mas não inovadoras. Ele também não foi o primeiro cantor negro que dançava. Lembram de James Brown? Pois é. Além disso, o seu famoso moonwalk... quer dizer, o famoso moonwalk do dançarino Bill Bailey que Jackson popularizou. Isso mesmo! Jackson não criou o moonwalk como muito pensam.
É importante ressaltar que Jackson foi um grande artista. Um dos maiores de fato. No entanto, suas músicas não eram geniais e ele apenas teve como alicerce de sua carreira, fórmulas já consagradas. Jackson foi produto de um trabalho muito bem feito por Quincy Jones.
Por essas e outras, Jackson não pode ser considerado o maior cantor de todos os tempos. Nomes como Elvis Presley e Beatles estão anos luz em sua frente.
Por fim, descanse em paz! E faço o mesmo apelo de Dapieve: "Deixem de lado a Benevolência!"
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