Analisando “Os Cantores de Bremen”...

Os Cantores de Bremen poderia ser definido como um conto infantil dos irmãos Grimm, assim como a Branca de Neve. Então o que há de mais nessa história? Analisemos os fatos.

Bremen é uma das cidades que faziam parte da Liga Hanseática. A liga Hanseática nada mais era que um conjunto de cidades mercantis, que monopolizavam a costa européia. Logo, observa-se o começo do túmulo do feudalismo nessas regiões.

Os animais, durante toda sua jornada, exprimem o amor à liberdade.

O conto, nada mais é do que uma mensagem de liberdade, uma ratificação de todos os ideais da revolução francesa, mais uma mão amiga aos estudantes franceses do glorioso verão de 68.

Não é à toa que Chico Buarque, em tempos de ditadura militar, junto à Sergio Bardotti e Luis Bacalov, realizou o musical “infantil“ Os Saltimbancos, inspirado na história dos irmãos Grimm.

(...) Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barcoNão há nada pra temer (...)

Trecho da música “Todos Juntos” do musical Os Saltimbancos, com uma forte referência a lealdade e fraternidade, como uma chamada a todo o povo brasileiro para se unir contra a ditadura.

(...) A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá (...)
(...) A gente vai contra a corrente até não poder resistir (...)
(...) Faz tempo que a gente cultiva a mais linda roseira que há, mas eis que chega roda viva e carrega a roseira pra lá! (...)

Trecho da música “Roda Viva” de Chico Buarque, confirmando claramente sua vertente político-ideológica, contrária a ditadura.
[...]

Os Cantores de Bremen.


"Um homem tinha um burro que, há muito tempo, carregava sacos de milho para o moinho. O burro, porém, já estava ficando velho e não podia mais trabalhar. Por isso, o dono tencionava vendê-lo. O pobre animal, sabendo disso, ficou muito preocupado, pois não podia imaginar como seria seu novo dono... e então, para evitar qualquer surpresa desagradável, pôs-se a caminho da cidade de Bremen.

"Certamente, poderei ser músico na cidade", pensava ele.
Depois de andar um pouco, encontrou um cão deitado na estrada, arfando de cansaço.
- Por que estás assim tão fatigado? perguntou o burro.
- Amigo, já estou ficando velho e, a cada dia, vou ficando mais fraco. Não posso mais caçar; por isso meu dono queria me entregar à carrocinha. Então, fugi, mas não sei como ganhar a vida.
- Pois bem, lhe disse o burro. Minha história é bem semelhante à sua. Vou tentar a vida como músico em Bremen. Venha comigo. Eu tocarei flauta e você poderá tocar tambor.

O cão aceitou o convite e seguiu com o burro. Não tinham andado muito, quando encontraram um gato, muito triste, sentado no meio do caminho.
- Que tristeza é essa, companheiro? lhe perguntaram os dois
- Como posso estar alegre, se minha vida está em perigo? respondeu o gato. Estou ficando velho e prefiro estar sentado junto ao fogo, em vez de caçar ratos. Por esse motivo, minha dona quer me afogar.
- Ora, venha conosco a Bremen, propuseram os outros. Seremos músicos e ganharemos muito dinheiro.

O gato, depois de pensar um pouco, aderiu e acompanhou-os. Foram andando até que encontraram um galo, cantando tristemente, trepado numa cerca.
- Que foi que lhe aconteceu, amigo? perguntaram os três.
- Imaginem, respondeu o galo, que amanhã a dona da casa vai ter visitas para o jantar. Então, sem dó nem piedade, ordenou ao cozinheiro que me matasse para fazer uma canja.
Os outros, então, lhe propuseram:
- Nós vamos a Bremen, onde nos tornaremos músicos. Você tem boa voz. Que tal se nos reunissemos para formar um conjunto?
O galo gostou da idéia e juntando-se aos outros seguiram caminho.

A cidade de Bremen ficava muito distante e eles tiveram que parar numa floresta para passar a noite. O burro e o cão deitaram-se em baixo de uma árvore grande. O gato e o galo alojaram-se nos galhos da árvore.
O galo, que se tinha colocado bem no alto, olhando ao redor, avistou uma luzinha ao longe, sinal de que deveria haver alguma casa por ali. Disse isso aos companheiros e todos acharam melhor andar até lá, pois o abrigo ali não estava muito confortável.

Começaram a andar e, cada vez mais, a luz se aproximava. Afinal, chegaram à casa. O burro, como era o maior, foi até a janela e espiou por uma fresta. À volta de uma mesa, viu quatro ladrões que comiam e bebiam. Transmitiu aos amigos o que tinha visto e ficaram todos imaginando um plano para afastar dali os homens. Por fim, resolveram aproximar-se da janela. O burro colocou-se de maneira a alcançar a borda da janela com uma das patas. O cão subiu nas costas do burro. O gato trepou nas costas do cão e o galo voou até ficar em cima do gato.

Depois, a um sinal combinado, começaram a fazer sua música juntos: o burro zurrava, o cão latia, o gato miava e o galo cacarejava. A seguir, quebrando os vidros da janela, entraram pela casa a dentro, fazendo uma barulhada medonha.

Os ladrões, pensando que algum fantasma havia surgido ali, saíram correndo para a floresta. Os quatro animais sentaram-se à mesa, serviram-se de tudo e procuraram um lugar para dormir. O burro deitou-se num monte de palha, no quintal; o cão, junto da porta, como a vigiar a casa; o gato, junto ao fogão, e o galo encarapitou-se numa viga do telhado. Como estavam muito cansados, logo adormeceram.

Um pouco além da meia noite, os ladrões, verificando que a luz não brilhava mais dentro da casa, resolveram voltar. O chefe do bando disse aos demais:
- Não devemos ter medo!
E mandou que um entrasse primeiro para examinar a casa. Chegando à casa, o homem dirigiu-se à cozinha para acender um vela. Tomando os olhos do gato, que brilhavam no escuro, por brasas, tentou neles acender um fósforo. O gato, entretanto, não gostou da brincadeira e avançou para ele, cuspindo-o e arranhando-o. Ele tomou um grande susto e correu para a porta dos fundos, mas o cão, que lá estava deitado, mordeu-lhe a perna. O ladrão saiu correndo para o quintal, mas, ao passar pelo burro, levou um coice. O galo, que acordara com o barulho, cantou bem alto: - Có, có, ró, có!!!!

Sempre a correr, o ladrão foi se reunir aos outros, a quem contou:
- Lá dentro há uma horrível bruxa que me arranhou com suas unhas afiadas e me cuspiu no rosto. Perto da porta, há um homem mau que me passou um canivete na perna. No quintal, há um monstro escuro, que me bateu com um pedaço de pau. Além disso tudo, no telhado está sentado um juiz, que gritou bem alto:
"- Traga aqui o patife!!!"... Acho que não devemos voltar lá... é muito perigoso!!

Depois disso, nunca mais os ladrões voltaram à casa, e os quatro músicos de Bremen sentiam-se muito bem lá, onde faziam suas músicas e viviam despreocupados. De vez em quando alguém das redondezas os chamavam e lá iam eles, felizes e contentes, tocar a sua música...."
[...]

Presente da nossa geração para gerações futuras...

Enquanto gerações passadas tiveram como preocupação a liberdade, as guerras, a AIDS, hoje se tem uma nova preocupação. A diferença é que a preocupação de hoje tem um quê maior de nobreza. Não só o futuro da Terra, mas o nosso está em jogo.

Verdade que a temperatura da Terra aumentou normalmente durantes os séculos, porém é indiscutível que a ação humana, mais precisamente a partir da revolução industrial, acelerou esse aquecimento. Pior é que mesmo com tudo isso ainda se observa indústrias poluindo cada vez mais. O que acontece?Será que não é possível conciliar uma política ambientalista de qualidade (coisa que falta ao governo brasileiro, mesmo com Carlos Minc no ministério) com o desenvolvimento?

Mesmo que o aquecimento global não proporcione uma catástrofe como a idealizada no documentário de Al Gore, é necessário uma conscientização de todos os governos. Muitas pessoas têm uma idéia errada do aquecimento global, que está mais para mudança climática global do que aquecimento.

Mas a preocupação mundial não é à toa. Cientistas acreditam que 40% das árvores da Amazônia, da NOSSA Amazônia, desapareçam se o aumento da temperatura passar de 2°C para 3°C. E ainda OUTROS a desmatam diariamente, com nosso governo fingindo que reprime enquanto os mesmos OUTROS fingem que estão preocupados, dizendo que o “brasileiro” não tem capacidade de cuidar da Amazônia, levantando a bandeira da internacionalização.

É uma série de absurdos, onde quem vai sair perdendo não vai ser a nossa geração, e sim gerações futuras.

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